ROCHESTER, Minnesota ― O número de pessoas desabrigadas tornou-se uma crise social e um problema de saúde pública no mundo todo, afetando pessoas de todas as idades. A maioria das pessoas desabrigadas está em desvantagem, tendo poucos recursos, e podem ou não ter um seguro de saúde adequado. Doença mental e abuso de substância são problemas comuns na comunidade de pessoas desabrigadas. As pessoas que vivem nas ruas têm uma propensão maior de desenvolver doença cardíaca. No entanto, eles têm pouca capacidade de tomar conta da sua saúde.
Um novo estudo publicado na Mayo Clinic Proceedings examinou os resultados hospitalares e taxas de readmissão em 30 dias de 3937 pacientes desabrigados em mais de 1,5 milhões de pessoas admitidas por ataque cardíaco. Os pesquisadores utilizaram dois anos de dados (2015-2016) da Base de Dados de Readmissão Nacional dos Estados Unidos. Os resultados mostram que os pacientes desabrigados frequentemente recebem menos tratamento e têm mais propensão a serem readmitidos no hospital dentro de um mês.
“As diferenças nos padrões de cuidado e resultados clínicos entre pacientes desabrigados e pacientes com moradia são provavelmente um reflexo das diferenças no perfil de risco,” diz Mohamad Alkhouli, médico cardiologista da Mayo Clinic e autor sênior do estudo.
Comparados a aqueles com moradia estável, os pacientes desabrigados admitidos com ataque cardíaco eram na sua maioria homens, por volta de dez anos mais jovens e tinham menos fatores de risco tradicionais para doença cardíaca. Os pacientes desabrigados no estudo tiveram uma maior incidência de insuficiência cardíaca congestiva, anemia, doença renal crônica, doenças hepáticas e afecções pulmonares. Ansiedade, depressão, abuso de substância e infecções por HIV são substancialmente maiores para esse grupo também.
Olhando os resultados combinados para cada grupo, os pacientes desabrigados receberam menos tratamento no hospital, como é indicado pela menor taxa de angiografia e revascularização. As taxas de mortalidade hospitalar e custo mediano da hospitalização foram similares para pacientes desabrigados e os que tinham moradia.
Outras diferenças emergiram quando comparadas à duração da estadia e readmissão. Os pacientes desabrigados ficaram no hospital por mais tempo. No entanto, tiveram mais propensão a sair contra orientação médica e terem alta para uma instituição de cuidado intermediário. Eles também tiveram mais propensão de serem readmitidos. As taxas de readmissão de 30 dias diferiram significativamente, com 22,5 por cento dos pacientes desabrigados sendo readmitidos, comparado com apenas 10 por cento dos pacientes que tinham moradia. Causas cardiovasculares foram as razões mais comuns para readmissão nos dois grupos. Porém, 18 por cento dos pacientes desabrigados foram readmitidos por causas psiquiátricas, comparado com 2 por cento dos pacientes que tinham moradia.
“Há um conjunto único de desafios no estudo de doença cardiovascular na população crescente de pessoas desabrigadas,” diz o Dr. Alkhouli. “O alto índice de doença psiquiátrica entre as pessoas desabrigadas enfatiza a necessidade de uma abordagem holística para tratar tanto as necessidades clínicas quanto sociais desses pacientes.”
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