Pacientes com lesões graves do plexo braquial que se submetem à amputação relatam benefícios

ROCHESTER, Minnesota — A cirurgia de reconstrução pode não funcionar para algumas pessoas com lesões graves do plexo braquial, por isso elas optam por fazer a amputação. Em uma análise retrospectiva feita pelos pesquisadores da Mayo Clinic, esses pacientes relataram menos dores mecânicas no ombro, maiores taxas de emprego e mais satisfação após a amputação. O artigo foi publicado na revista médica The Journal of Bone & Joint Surgery.

O plexo braquial é uma rede de nervos que envia sinais da medula espinhal para o ombro, o braço e a mão. A lesão ocorre quando ocorre estiramento, compressão, rompimento ou laceração desses nervos em relação à medula espinhal.

As lesões do plexo braquial mais graves geralmente resultam de acidentes de moto ou de carro. A pessoa lesionada pode perder a sensibilidade ou o movimento do ombro, do braço ou da mão, mas a cirurgia pode ajudar a restaurar a função. Os tratamentos cirúrgicos incluem neurólise (liberação do nervo do tecido cicatricial), enxertos e transferências de nervos e transferências de músculos. No entanto, a reconstrução cirúrgica pode não ser possível ou pode não funcionar para alguns pacientes, que buscam a amputação.

Os autores realizaram 2.200 cirurgias do plexo braquial em adultos entre junho de 2000 e junho de 2020. Para o estudo, eles analisaram os registros dos 32 pacientes que foram posteriormente submetidos à amputação. Em média, as amputações ocorreram cerca de quatro anos após a lesão e três anos e meio após a última cirurgia de reconstrução. Todos os pacientes apresentavam dores no nervo e no ombro relacionadas ao peso do braço lesionado.

10 pacientes receberam próteses mioelétricas que usam os músculos do membro restante para controlar as funções. 17 pacientes receberam próteses tradicionais.

Os pesquisadores descobriram que todos os pacientes tinham mais chance de conseguirem um emprego após a amputação. Todos sentiam menos dor. Nenhum deles disse se arrepender de ter feito a amputação.

Além disso, os pacientes com próteses mioelétricas relataram usá-las regularmente, em comparação com 29 por cento dos pacientes com próteses tradicionais. Os pacientes com próteses mioelétricas também conseguiam fazer o movimento de agarrar e soltar usando o dispositivo. Os autores dizem que mais pesquisas são necessárias para entender como o tipo de prótese afeta o uso do dispositivo pelos pacientes.

“Mesmo após décadas de avanços na reconstrução cirúrgica para melhorar a vida dos pacientes com lesões braquiais, nós atingimos um patamar que deixa alguns pacientes insatisfeitos com o resultado”, diz o Alexander Shin, M.D., cirurgião ortopedista microvascular e de mão da Mayo Clinic e autor sênior. “Enquanto isso, as próteses melhoraram a ponto de alguns pacientes escolherem se submeter a uma amputação para que possam ter os benefícios da tecnologia protética atual. ” 

Os outros autores, todos da Mayo Clinic, são: Sean Cantwell, M.D., Andrew W. Nelson, Brandon Sampson, Robert Spinner, M.D., Allen Bishop, M.D. e Nicholas Pulos, M.D.

Este estudo não necessitou de financiamento.

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