As taxas de sobrevida para câncer de mama continuam melhorando graças aos avanços no diagnóstico e tratamento, o que leva ao aumento na ênfase na redução da toxicidade de longo prazo do tratamento de câncer, inclusive a radioterapia.
Antes deste estudo, todas as pacientes submetidas ao tratamento com radioterapia de prótons pós-mastectomia tinham recebido um tratamento convencional de 25 a 30 dias de duração, administrado cinco dias por semana, ao longo de cinco ou seis semanas. Os pesquisadores pretendiam demonstrar que a redução do ciclo da terapia por feixe de prótons, um tipo de terapia por partículas projetado para minimizar os danos da radiação ao coração e aos pulmões, pode produzir um conjunto similar de efeitos colaterais.
Oitenta e duas pacientes com indicações de tratamento com radioterapia de prótons pós-mastectomia, sendo que muitas delas tinham feito previamente a reconstrução mamária, foram aleatorizadas para o fracionamento convencional (frações de dose de radiação) administrado por 25 dias ou a um cronograma hipofracionado condensado por 15 dias. Com o hipofracionamento, uma dose maior de radioterapia é administrada para cada paciente, e isso permite que toda a radioterapia seja concluída em apenas três semanas. Os investigadores descobriram que ambas as terapias, a de prótons convencional e a hipofracionada, resultaram em um controle excelente do câncer sem afetar o tecido normal circundante. Além disso, as taxas de complicação foram comparadas entre os dois grupos de estudo.
“O estudo fornece os primeiros dados prospectivos que respaldam o uso do tratamento com radioterapia de prótons pós-mastectomia com ciclos de prótons mais curtos, inclusive em pacientes com reconstrução mamária imediata, e os primeiros resultados maduros de um ensaio aleatorizado no campo da terapia de partícula mamária”, explica oDr. Robert Mutter, radio-oncologista e médico-cientista no Centro de Câncer da Mayo Clinic. “Agora, podemos considerar a opção de 15 dias de terapia com as pacientes em função dos resultados de tratamento semelhantes e observados no ciclo convencional maior. Cabe observar que o ciclo mais curto resultou de fato na redução de efeitos colaterais na pele durante e depois do tratamento.”
É importante ressaltar que os pesquisadores observaram que o novo cronograma alivia os pacientes de inconvenientes, despesas e outras dificuldades adicionais associadas com o regime mais longo. Como existe um número limitado dos locais que oferecem terapia de prótons nos Estados Unidos e no mundo, o Dr. Mutter acrescenta que a demonstração da segurança e viabilidade do transcurso mais curto do tratamento poderia resultar em maior acesso para a tecnologia por feixe de prótons para os casos mais difíceis de tratamento de câncer de mama.
Os pesquisadores afirmam que é recomendável haver investigação complementar quanto à dose e fracionamento ideias para o tratamento com radioterapia de prótons pós-mastectomia. A equipe planeja fazer pesquisa complementar e investigar a administração do tratamento com radioterapia de prótons pós-mastectomia em apenas cinco dias.
“Basicamente, nosso objetivo é personalizar a radioterapia de acordo com a biologia do tumor”, explica o Dr. Mutter. “Queremos identificar os melhores cronogramas possíveis de radioterapia ou combinações de radioterapia e remédios para eliminar o câncer e minimizar ao mesmo tempo os efeitos colaterais.”
A pesquisa foi financiada com as subvenções do Instituto Nacional do Câncer dos EUA, Mayo Clinic e uma doação de Lawrence e Marilyn Matteson. Leia o artigo publicado para verificar a lista completa das fontes de financiamento, autores e conflitos de interesse.
A Mayo Clinic está expandindo os serviços de terapia por feixe de prótons em Rochester, Minnesota, com um projeto de expansão de instalações avaliado em 200 milhões de dólares, cuja inauguração é aguardada para 2027. A Mayo Clinic abriu sua primeira instalação de prótons em Minnesota em 2015. Em 2016, a Mayo Clinic abriu a primeira instalação de terapia de prótons do sudoeste em sua sede do Arizona. Atualmente, a construção de um novo estabelecimento oncológico integrado, com 18.580 metros quadrados, está em andamento na sede da Mayo Clinic, na Flórida, onde a terapia de feixe de prótons será entregue para pacientes, assim que estiver disponível em 2026. A instalação também viabilizará para os pesquisadores da Mayo Clinic o estudo da terapia com íons de carbono em ensaios clínicos como um possível tratamento.
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Sobre o Centro de Câncer da Mayo Clinic
Designado como um centro de câncer abrangente pelo Instituto Nacional do Câncer dos EUA, o Centro de Câncer da Mayo Clinic está definindo novos limites de possibilidades, focando em assistência centrada no paciente, desenvolvimento de novos tratamentos, treinamento das futuras gerações de especialistas em câncer e em trazer a pesquisa do câncer para as comunidades. No Centro de Câncer da Mayo Clinic, uma cultura de inovação e colaboração está impulsionando avanços importantes em pesquisa que estão mudando as abordagens de prevenção, rastreamento e tratamento do câncer, além de melhorar a vida dos sobreviventes da doença.
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