A microangiopatia é uma condição na qual pequenos vasos sanguíneos no coração não funcionam adequadamente, resultando na redução do fluxo sanguíneo para o coração. As dores no peito resultantes, conhecidas como angina, podem ser debilitantes, limitando a capacidade de uma pessoa de se exercitar, realizar tarefas domésticas ou até mesmo de caminhar até a caixa de correio. Cerca de 40% dos pacientes que realizam uma angiografia coronária diagnóstica devido a dor no peito não possui artérias bloqueadas, fator que também pode causar angina. No entanto, até 66% desses pacientes possui a doença microvascular coronária, condição que costuma ser mais comum em mulheres e em pessoas com diabetes, pressão alta e obesidade.
Durante décadas, houve poucas opções de tratamento viáveis para melhorar o fluxo sanguíneo através dos minúsculos vasos do coração. Na melhor das hipóteses, os médicos tratavam os sintomas da angina com uma série de medicamentos e estratégias preventivas para doenças cardiovasculares, como uma alimentação saudável, perda de peso e exercícios físicos regulares. O uso de um stent poderia agir na causa da dor no peito — a redução significativa do fluxo sanguíneo que afeta o músculo cardíaco.
Ao contrário dos stents em forma de tubo utilizados para abrir as artérias entupidas, o stent em forma de ampulheta se estreita no meio. Acredita-se que o seu design diferenciado aumente a pressão de retorno, redistribuindo o fluxo sanguíneo de forma mais eficaz através dos pequenos vasos do coração que não estavam funcionando em sua capacidade total.
“Neste estudo, os pacientes com disfunção coronariana microvascular tiveram dificuldades em controlar sua angina crônica, o que prejudicou significativamente suas atividades diárias”, afirma o Dr. Amir Lerman, cardiologista da Mayo Clinic e autor sênior do estudo. “Além da redução da dor no peito e da capacidade de realizar atividades físicas de maneira confortável, a maioria dos pacientes do estudo também apresentou uma correlação entre as alterações na reserva do fluxo coronariano, responsável pela medição do fluxo sanguíneo máximo, e as mudanças nas respostas relacionadas à qualidade de vida no questionário. Isso aponta para uma ligação entre a medição fisiológica e os sintomas de angina.”
O Dr. Lerman observa que mais estudos são necessários para entender melhor como o stent redutor funciona e seus efeitos a longo prazo no fluxo sanguíneo. O stent não aliviou os sintomas de dor no peito em 20% a 30% dos participantes, o que significa que pesquisas futuras precisarão identificar de forma mais precisa quais pacientes respondem melhor a esse tipo de terapia.
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