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Dengue: Especialista da Mayo Clinic explica a infecção transmitida por mosquitos

ROCHESTER, Minnesota — Cerca de metade da população mundial vive em zonas vulneráveis a dengue, uma infecção viral potencialmente fatal transmitida através das picadas de mosquitos infectados. Não há tratamento, e apenas as pessoas que já tiveram dengue são elegíveis para a vacina. Neste alerta dos especialistas, A Dra. Stacey Rizza, especialista em doenças infecciosas na Mayo Clinic em Rochester, Minnesota, compartilha informações importantes sobre a dengue.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a incidência global da dengue está aumentando. A região das Américas teve um recorde de mais de 4,2 milhões de novos casos no ano passado, liderado pelo Brasil com 2,9 milhões; Peru com 271.279; e México com 244.511, de acordo com os dados apresentados pela Organização Pan-Americana Da Saúde (OPAS). A região teve 6.766 casos graves – liderados pela Colômbia com 1.504; Brasil, 1.474; e México, 1.316 – e 2.050 mortes, segundo a OPAS. Apenas o Canadá está livre da doença e do mosquito que a transporta, diz a OMS.

Surtos recentes de dengue no Brasil levaram autoridades de saúde pública a lançar uma campanha de imunização voltada à crianças de 10 a 11 anos.

“Quatro subtipos diferentes do vírus podem causar infecções em humanos”, diz a Dra. Rizza, diretora médica executiva da região Ásia-Pacífico da Mayo Clinic. “Sempre que você tem um número significativo de mosquitos em ambientes quentes é onde você encontrará a transmissão da dengue.”

As pessoas que vivem em zonas tropicais e subtropicais quentes e úmidas são particularmente vulneráveis à dengue.

“É por isso que você vê isso em partes do mundo como Sudeste Asiático, América do Sul, Caribe e até mesmo em algumas partes do sul dos Estados Unidos, em torno da Flórida e Louisiana”, explica a Dra. Rizza.

As pessoas podem ter dengue mais de uma vez. O principal transmissor da dengue é o mosquito Aedes aegypti, conhecido por picar tanto de dia quanto de noite. Cerca de 1 em cada 4 pessoas infectadas com o vírus apresentam sintomas que variam de leves a graves.

“As pessoas geralmente notam febres, dores no corpo, nos ossos e nos músculos. Muitas vezes, elas até descrevem uma dor atrás dos olhos”, diz a Dra. Rizza. “Elas podem apresentar alguma náusea, vômito e até diarreia.”

Embora a maioria das pessoas se recupere em cerca de uma semana, casos graves podem levar a emergências com risco de vida.

Os sintomas da dengue grave podem incluir:

Infelizmente, não há tratamento para a dengue.

“Não há um antiviral ou tratamento para a dengue”, diz a Dra. Rizza. “É o que chamamos de terapia de suporte. É importante manter uma boa hidratação, especialmente porque essas pessoas estão doentes e com febre. Elas podem usar paracetamol para cuidar da febre, reduzir a temperatura e, em seguida, garantir que ingiram líquido e ainda consigam comer algo.”

“Se ficarem gravemente doentes e desidratadas, elas devem ir ao hospital e podem precisar de hospitalização para receber cuidados”, diz a Dra. Rizza. Pessoas com dengue grave podem precisar de fluidos e eletrólitos intravenosos, monitoramento da pressão arterial e transfusão para repor o sangue perdido.

Uma vacina foi aprovada em muitos países para crianças de 9 a 16 anos que já apresentaram evidências de infecção por dengue.

“A vacina serve para pessoas que já tiveram evidências imunológicas de uma infecção anterior por dengue, e então você vacina-as para ajudar a evitar que elas sejam reinfectadas”, diz ela. A vacina não foi aprovada nos Estados Unidos.

Prevenir picadas de mosquito é vital para evitar a dengue, afirma a Dra. Rizza:

O mosquito Aedes aegypti é responsável por várias infecções virais, incluindo dengue, febre amarela, chikungunya e zika.

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