ROCHESTER, Minnesota — Um novo tratamento está se mostrando promissor para pessoas com mieloma múltiplo latente (SMM, sigla em inglês) de alto risco. Essa condição pré-cancerosa pode progredir para um mieloma múltiplo ativo, um tipo de câncer no sangue. O SMM de alto risco apresenta uma maior probabilidade de progressão.
Resultados de um estudo clínico de Fase 3, publicado no New England Journal of Medicine, demonstraram que o daratumumabe, um anticorpo monoclonal que tem como alvo o CD38, uma proteína encontrada na superfície das células do mieloma, reduz significativamente o risco de progressão para o mieloma múltiplo ativo e melhora a sobrevida geral em comparação com o monitoramento ativo.
O mieloma múltiplo latente é uma condição na qual células plasmáticas anormais se acumulam na medula óssea, mas não apresentam sintomas de mieloma múltiplo ativo. O SMM de alto risco, no entanto, apresenta um risco significativo de progressão da doença ativa. Até o momento, nenhum tratamento foi aprovado para este grupo de alto risco.
O estudo multicêntrico internacional AQUILA designou aleatoriamente 390 pacientes com SMM de alto risco para receber daratumumabe ou monitoramento ativo. Após um acompanhamento médio de 65,2 meses, o estudo demonstrou uma redução de 51% no risco de progressão da doença ou morte para pacientes que receberam daratumumabe. Ao final destes cinco anos, 63,1% dos pacientes do grupo do daratumumabe permaneceram sem progressão, em comparação com os 40,8% do grupo de monitoramento ativo. A sobrevivência ao final destes cinco anos foi também significativamente superior no grupo do daratumumabe (93% vs. 86,9%).
“Esses resultados representam um grande avanço no tratamento do mieloma múltiplo latente de alto risco”, afirma o Dr. S. Vincent Rajkumar, hematologista no Centro Oncológico Integral da Mayo Clinic e investigador principal do estudo. “Pela primeira vez, temos uma opção de tratamento que pode retardar ou impedir significativamente a progressão da doença ativa, melhorando a vida dos pacientes e oferecendo-lhes a chance de um futuro mais longo e saudável.”
Embora a hipertensão tenha sido o efeito colateral mais comum, ocorrendo em uma pequena porcentagem de pacientes em ambos os grupos, nenhum novo risco relacionado à segurança foi identificado com o uso do daratumumabe.
“Este estudo fornece fortes evidências para o uso do daratumumabe como tratamento para o mieloma múltiplo latente de alto risco”, afirma o Dr. Rajkumar, professor de Medicina Edward W. e Betty Knight Scripps em homenagem ao Dr. Edward C. Rosenow III.
Os pacientes devem discutir essa nova opção de tratamento com sua equipe de saúde para determinar se ela é apropriada às suas condições pessoais.
Saiba mais sobre a evolução e o tratamento do mieloma múltiplo no blog do Centro Oncológico Integral da Mayo Clinic.
Para uma lista detalhada dos autores e divulgações, veja o artigo completo aqui.
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