Pesquisadores validam o limite para determinar a eficácia de tratamento antidepressivo

JACKSONVILLE, Florida — Mais de um terço das pessoas diagnosticadas com transtorno depressivo maior não têm resposta suficiente a tratamentos antidepressivos específicos. Os pacientes frequentemente precisam tentar opções diferentes até que uma seja eficaz. Para ajudar a encontrar a prescrição correta mais rapidamente, uma equipe de pesquisa liderada pela Mayo Clinic desenvolveu e validou o que poderia ser um limite de resultados obtidos para definir  quando um paciente não está recebendo benefícios significativos da medicação.

Existem definições validadas de efeitos positivos de tratamento. Mas, a definição de um tratamento ineficaz não é tão clara, diz o coautor do estudo, Dr. William Bobo, M.D., presidente do Departamento de Psiquiatria e Psicologia da Mayo Clinic na Flórida. O estudo foi publicado na revista médica Journal of Clinical Psychiatry.

“Uma suposição comum é que a falta de resposta aos antidepressivos é a completa falta de qualquer benefício. Pela nossa experiência, muitos pacientes melhoram com um determinado tratamento, mas não o suficiente para que ele se mantenha. Em outras palavras, eles não estão recebendo um benefício significativo, e uma definição válida de “sem benefício significativo” está faltando, diz o Dr. Bobo. O limite recém-definido foi desenvolvido para ajudar a determinar se um antidepressivo usado para depressão está funcionando, mas não o suficiente para ser continuado.

A pesquisa comparou três escalas de depressão usando uma ferramenta que capta o julgamento de um médico sobre o grau em que os pacientes com depressão melhoraram ou pioraram após o início do tratamento. Os pesquisadores descobriram que entre quatro a oito semanas, a definição de “sem benefício significativo” pode ser definida como 30 por cento ou menos de melhora nos sintomas depressivos durante o tratamento agudo da depressão maior.

Os autores do estudo reuniram uma ampla variedade de disciplinas, incluindo psiquiatria, engenharia da computação, estatística e farmacologia clínica e molecular para identificar uma definição numérica de resposta não significativa ao tratamento.

“Os resultados do estudo mostram que uma resposta positiva aos antidepressivos e a falta de resposta positiva não são simples opostos”, diz o Dr. Bobo. “Mudar o tratamento apenas quando não há nenhuma melhora pode manter os pacientes em tratamentos que estejam ajudando um pouco, mas não estão resultando em um nível de melhora significativo o suficiente. Agora, temos um limite numérico para definir o que se entende por uma resposta não significativa.”

O estudo possibilita pesquisas futuras visando a previsão precoce de resultados ruins de tratamento com antidepressivos. A capacidade de prever a falta de benefícios significativos pode ser tão importante quanto prever boas respostas a um antidepressivo, diz o Dr. Bobo.

“Pacientes que se enquadram na definição de “sem benefício significativo”, ou que sejam mais propensos a se enquadrar nessa definição com o antidepressivo atual, podem precisar mudar o plano de tratamento mais cedo”, diz ele. “Isso pode ajudar a reduzir o tempo que eles permanecem em um tratamento destinado a falhar e facilitar uma mudança mais rápida para algo que pode ser mais eficaz.”

O estudo foi financiado em parte pela Mayo Clinic, por subsídios dos National Institutes of Health, entre outros.

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